Se te dessem a fórmula para perder 24 quilos em um ano… você prestaria atenção? Pois então você não deveria perder os conselhos que o Vicente vai te dar. Ele é engenheiro, investigou muito sobre nutrição e terminou contando todas estas experiências e estudos no seu blog em espanhol No vuelvo a engordar (novuelvoaengordar.com), que traduzido para o português seria “Não volto a engordar”.
Graças a uma dieta baixa em carboidratos e prestando atenção em determinado tipo de alimentos, Vicente conseguiu perder esse tanto, tendo a quantidade de exercício que tinha habitualmente. Para ele, este é o segredo para conseguir emagrecer e por isso vai te contar também como este método te permitirá se manter. Não perca este artigo para conhecer seu caso de sucesso!
– Em primeiro lugar, como era a alimentação e estilo de vida que te levaram a engordar e como foi que você conseguiu emagrecer e estabilizar seu peso?
– Quanto à dieta, antes de emagrecer comia de tudo: carne, leite, ovos, mas também pão, pasta, pizzas, etc. Como minhas filhas me lembram de vez em quando, comia muito mal. Em casa sempre tínhamos bolachas cobertas de chocolate, pão, cereais de todo tipo, tabletes de chocolate com açúcar, donuts e bolos. Bebia mais refrigerante de dieta do que água.
No que diz respeito ao exercício físico, sempre pratiquei esporte, mas apesar do esporte estava gordo, rondando os 94 kg.
Meu emagrecimento aconteceu em duas etapas. Na primeira não sabia nada de nutrição e fiz o que me disse o médico: comi menos e fiz mais exercício. Com isso baixei uns 10 kg em três meses, mas o peso se estabilizou e estava comendo muito pouco, umas 1200 calorias por dia. Eu me senti numa situação sem saída: nem podia continuar comendo tão pouca quantidade, nem poderia manter o peso perdido quando aumentasse a quantidade de comida. Eu sabia disso, pois já tinha recuperado o peso outras vezes.
Nesse momento comecei a ler na Internet sobre nutrição, buscando a forma de evitar recuperar o peso perdido e é quando comecei a ler sobre as dietas baixas em hidratos de carbono. Comecei então uma segunda etapa do emagrecimento, na qual adotei uma dieta baixa em hidratos de carbono e alta em gordura.
Continuei controlando as calorias (embora se diga que não é necessário com estas dietas) e perdi outros 15 kg, até alcançar meu peso atual (71 kg esta manhã). Esta é a dieta que me permitiu manter o peso nos últimos nove meses sem contar calorias. Meu peso se mantém e fisicamente me encontro realmente bem.
Durante todo o processo de emagrecimento fiz pelo menos meia hora de bicicleta estática por dia.
– Você é um defensor de uma dieta baixa em hidratos de carbono. Acha que esta é uma das melhores formas de perder peso? Por quê?
– Sim, a defendo. Tenho várias razões: a primeira é que mudaram minha vida. Não só baixei de peso espetacularmente, e estou melhor que nunca, mas também desapareceram completamente problemas de saúde que eu tinha antes, como o fígado gordo ou o refluxo gastroesofágico. Inclusive no aspecto esportivo minha resistência tem melhorado de forma incrível.
Outra razão pela qual acredito nestas dietas é que existe abundante evidência científica que constata que são as mais eficazes para perder peso reduzindo a gordura corporal, e que também são saudáveis: melhoram o colesterol, baixam os triglicérides, normalizam a tensão arterial, etc. O que dizem esses artigos científicos se cumpriram no meu caso, tanto pela parte de perda de peso como na melhora da saúde.
– Também se podem ver nos seus relatos do que você come, que não teme a inclusão de determinadas gorduras na sua dieta. Conte-nos um pouco sobre isso…
– Exato: minha dieta é baixa em hidratos de carbono e elevada em gordura. Não procuro consumir muitas proteínas.
Posso estar enganado, mas acho que as recomendações oficiais sobre as gorduras nunca tiveram um fundamento sólido e acredito que a experiência desmente essas recomendações. Simplificando muito, nos disseram que as gorduras saturadas elevam o colesterol, e isso obstrui as artérias e nos leva à doença cardiovascular.
Não é isso o que dizem os estudos científicos sobre as dietas com elevado conteúdo de gordura e baixas em hidratos de carbono: o que dizem é que esta forma de comer melhora os triglicérides, melhora o colesterol bom e muda o colesterol ruim a um tipo de partículas menos perigosas. Quando você revisa a evidência científica usada para desaconselhar o consumo de gorduras saturadas, percebe que não existe.
Por outro lado, temo sim as gorduras trans ou os óleos de sementes. Acho que existe suficiente evidência científica para considerar que seu consumo não é saudável.
Continuando com as gorduras, se deixamos de lado o aspecto da saúde, e pensamos no seu efeito sobre o peso corporal, as autoridades nos desaconselham seu consumo indicando seu elevado conteúdo calórico. É um erro de enfoque, porque o que importa para emagrecer não são as calorias que você consome, mas sim que alimentos come.
– Da mesma forma, contrariamente ao que muitos promovem, você não é precisamente um entusiasta do consumo de fibra. Por que avalia que não é tão indicada para perder peso?
– Nesse aspecto sou muito ignorante. Não li o suficiente, nem sobre os efeitos da fibra sobre a saúde nem sobre a perda de peso. Tenho informação de que há um estudo experimental recente que aponta que uma redução na quantidade de fibra alimentar eliminou significativamente problemas relacionados com a prisão de ventre, mas, como digo, preciso ler mais sobre esse assunto. No momento não me preocupa o conteúdo de fibra do que como, mas também não busco ingerir fibra.
– Por último, você pode adicionar aqui o que considerar necessário.
– Só uma mensagem para as pessoas que querem perder peso: há um caminho que demonstrou ser eficiente e saudável para emagrecer, e é a redução nos hidratos de carbono supérfluos. Os que vêm dos cereais, do pão, da pasta e do açúcar, próprio ou agregado.
Esses carboidratos refinados apenas fornecem nutrientes e são os que nos engordam. Eu sigo essa diretriz e minha opção tem sido potencializar a ingestão de gordura. Isso supõe enterrar a visão da obesidade como um problema de balanço energético, e entender que o acúmulo de gordura corporal se produz, basicamente, por ingerir carboidratos demais.
Devemos nos esquecer da energia e pensar nas reações hormonais aos diversos alimentos. Custa um pouco aceitar que jantando um pedaço de manteiga com alguns ovos fritos você não só não engorda mas também vai emagrecer, mas essa é a minha experiência.